A ESCRITA DO OCIDENTE AO ORIENTE

Por volta do ano 1883, o sábio geólogo francês, Edouard Piette, fez uma descoberta muito importante, que resolve o problema e as duvidas sobre os alfabetos da Europa e da Ásia Menor. Explorando uma gruta nas proximidades de Mas d`Azil, concelho do distrito de Ariége, na encosta dos Pireneus Orientais, Piette encontrou sobre numerosos objectos de escultura e gravura rudimentar em pedras pintadas, contendo letras.

As letras dessas pedras de Mas d`Azil, encontram-se na grande colecção de caracteres da Ibéria, assim como nos alfabetos grego e fenício.

Ora esse deposito de Mas d`Azil pertence ao começo da actual era geológica, a qual com a glaciaria constitui o grande período geológico, denominado "Quaternário" pelos geólogos. Ao "Quaternário" atribuem os geólogos e arqueólogos uma duração de cerca de 250.000 anos.

Depois desta preciosa descoberta haverá ainda alguém de bom senso, com ousadia para afirmar terem sido os fenícios os inventores das letras usados pelas nações da Europa e da Ásia Menor ? A gruta de Mas d`Azil, entre outros achados de primitivos caracteres ibéricos, existem também em diversas localidades da Hispania e França, é realmente de um interesse para a Civilização dos Povos Europeus . A tal respeito disse Edouard Piette : «Há sobre essas pedras coloridas numerosos sinais parecidos com letras do alfabeto fenício, do grego arcaico, e do grego clássico, etc.». Foi uma das surpresas mais agradáveis que me esperavam em Mas d`Azil , esses caracteres são símbolos !...

Um símbolo é uma figura ou uma imagem empregada como sinal de uma coisa !...
Os símbolos são portanto uma escritura primitiva !...

Os Azilianos eram sem duvida uma tribo ibérica, naquela encosta dos Pireneus.

Outros achados da mesma escrita, foram encontrados nas localidades de Montespan, La Madeleine, Rochebertier, St. Marcel, Montcombroux, Mas D`Azil, Puy-de-Lacan, Lascaux, Le Cluzel, Puyravel, Moulin-Piat, Chez-Guerrier, Folticeni, Bunesti, Balmori, Pedra Frisgiada, El Pendo, Gaubeta e Alvão – Portugal.

   

ACHADOS PRÉ-HISTÓRICOS DE FRANÇA
EPIGRAFADOS COM VOCÁBULOS DA PRIMITIVA LÍNGUA DA PENÍNSULA IBÉRICA

   

Desenho do punhal típico da Época Magdalenense, acima na foto - lado esquerdo.

Na lâmina do punhal tem gravado uma Loba grávida com a seguinte inscrição:

 

Esse punhal é feito em osso de rena, da época glaciária, quando ainda esses animais habitavam a França e o norte da Península Ibérica, num período remoto. Mas, como podemos observar, os homens pré-históricos ocidentais, sabiam ler e escrever, e, usavam uma língua semelhante à actual castelhana e portuguesa, língua esta que os linguistas dizem ser de origem latina..

A transliteração do vocábulo : L A O I lê-se : L A O B A ou seja actualmente L O B A .
O caractere " I " é o ( ba ) ibérico e dois " II " representava o ( bi ) primitivo, igual ao numeral 2 .
De Laoba o masculino era Laobi ( Lobi > Lobo ; de onde deriva Lobinho ).

Dizem os linguistas que os termos: Loba e Lobo vem da língua grega "Lopi e Lope" e do latim "Lupu". É muito lastimável, os linguistas serem tão mal inspirados, e ainda pela a ignorância de não conhecerem os nomes das letras alfabéticas primitivas ibéricas, como seus fonemas. Quanto à formação dos alfabetos nativos ibéricos, não existe o "p" que desse a origem ao "b" mas, sim vice-versa, do caractere , bi é que nasceu o , pi grego. Todavia podemos observar que já em época muita remota, na Península Ibérica e na França , existiam esses tais elementos linguisticos supracitados, antes da existência de gregos, e muito menos de romanos.

Alguns de outros termos linguisticos ibéricos baseados da raiz da primitiva língua, a título de exemplo, são: Aba, Abe, Abi, Abo, Eba, Oba, Osa, Oso e alguns deles podemos encontrá-los em algumas cidades ibéricas, tais como:

Osonoba / Osonuba, Faro ( de Oso e N/oba ); Onoba / Onuba, Huelva.

– Vascone -

Aiba Aba (Pai) degenerativo (Aita)
Alaba [al] Aba (Filha). (Aba = Abe)
Osaba [os] Aba (Tio)
Izeba [iz] Eba (Tia) invertido de: abe (pae = pai) é eba (mãe = mulher).
Iloba [il] Oba (Neta) invertido de: oba, é abó (avó) é mãe de abe .
Iloba [il] Oba (Neto) inv. de: oba, é abô (avô) é pae de abe .
Loba [l] Oba (Sobrinha)
Loba [l] Oba (Sobrinho)

Castellano – Gallego – Português

[ la ] Osa > Orsa > Ursa (português) a letra "o" = "u"
[ el ] Oso > Orso > Urso ("     "). "  "    " = " "
[ el ] Oio > Ojo > Ollo (gal.) > Olho (port.).
[ la ] Oba > L+oba > Loba
[ la ] Obi > L+obi > Lobi > Lobinho (Lobo) (port) > Lobinio > Lobiño (gal.).
[ el ] Abi > Pai e Pae (gal e port. arcaico).
[ el ] Abô > Abôelo > Abuelo ( cast.); Avô (port.).
[ la ] Abó > Abóela > Abuela ( cast.); Avó (gal e port.).

As inscrições mais primitivas encontradas na Península Ibérica e as de França, as quais são do mesmo alfabeto, documentam e fundamentam a existência de uma escrita e língua originária da Europa Ocidental desde a Edade da Pedra, que persistiu na época romana na Península; e os romanos, do Latim só trouxeram à Península as alterações que eles fizeram sobre a base linguistica ibérica, que fora levada para Itália em época precedente.

Exemplo:

O termo linguistico "Caball" ( hibernico ), " Caballo " (ibérico), e "Caballus" (Latim), a terminação ibérica (o) e a latina (us) são complementares que distinguem o latim do ibérico, e ambas do hibernico. O hibernico era um dialecto da primitiva língua hispânica, levado pelas tribos ibéricas quando no passado remoto povoaram as áreas nórdicas. Pela comparação das línguas ibérica e hibernica, ou antes pelos dialectos da Ibéria e da Hibernia podemos chegar a determinar o período, em que os ibéricos emigraram para a Irlanda, e aquele em que sucedeu a separação das duas regiões a da Ibéria e Irlanda.

A Hibernia (Irlanda) estava continentalmente ligada à Ibéria por um prolongamento que vinha entestar com as costas cantabricas. Essa ligação é confirmada pela antropologia, porque os mais velhos craneos da Irlanda são semelhantes aos da Ibéria. É claro que em época posterior a Irlanda foi repovoada por homens originários de outra região, mas, sendo os antigos irlandeses semelhantes aos ibéricos.

ACHADOS DA SERRA DE ALVÃO – PORTUGAL

 

Amuleto pré-histórico encontrado no Dólmen da Serra de Alvão, é uma prova fundamental, que o povo pré-histórico de Mas d`Azil era de facto uma colónia ibérica. Os caracteres gravados nesse amuleto assim como a própria inscrição revela que o titular do mesmo objecto nascera em Mas d`Azil; sendo a palavra "Azili" um vocábulo primitivo de época remota da língua ibérica.

(Á esquerda a gravura do amuleto de pedra de Alvão, encontrado pelo Rev. Brenha e depositado no Museu de Antropologia da Universidade do Porto).

TRANSLITERAÇÃO :

S A T I   K O T I
E N V S
A Z I L I

TRADUÇÃO EM PORTUGUÊS:

PEDRA SAGRADA
[ DE ]
E N U S
[ UM ]
AZILI[ANO]

Mais achados dos mesmos caracteres se encontram também no sul da Ibéria. Alguns anos atrás se fez em Espanha um levantamento arqueológico pré-histórico da «Arte Sureño» que é a «Arte Rupestre» do estremo sul da Península Ibérica. A «Arte Sureño» localiza-se no sul da Província de Cádiz, representa um dos conjuntos mais importantes da «Arte Rupestre» da Europa. Nas paredes de 160 grutas e abrigos, existem representações pré-históricas em forma de pinturas e gravações. As figuras mais antigas do conjunto datam do «Paleolítico Superior» (Solutrense).

Mas é a partir da época do Mesolítico Neolítico, que acentua-se o desenvolvimento da escrita ibérica tendo como base os caracteres iconográficos da «Arte Rupestre» apesar de alguns desses símbolos serem originários de uma época mais remota do «Quaternário». Assim da «Arte Rupestre» nasce uma escrita própria, em que os signos esquemáticos formam já uma escrita com método de comunicação humana. De facto encontramos ante já de uma escrita «ideográfica» utilizada pelo primitivo Povo Konii dessa época que usou essa primitiva escrita, a qual desenvolveu-se para o resto da Ibéria em épocas posteriores. O Povo Konii pré-histórico como construtores dos monumentos da «Cultura Megalítica» chegaram a povoar diversas áreas geográficas do mundo, conforme se poderá verificar em qualquer mapa que tenha a expansão «Megalítica».

De grande importância histórica e arqueológica são, sem duvida, os grandes túmulos encontrados em Mycenas , alguns deles considerados como túmulos de personagens mais ou menos lendárias de que nos falam autores clássicos; neles se teriam inhumado: Agamemnon , Clytemnestra, Electra , Cassandra , por exemplo. Esses grandes túmulos, constam de uma sala ou Tholos , coberta por uma cúpula parabólica, formada pela sobreposição de pedras encurvadas, rematadas por uma laje circular, sala esta comunicando com o exterior, por um corredor ou galeria coberta de dromos. O conjunto do túmulo era coberto de terra, o que leva sem duvida supor que o túmulo mycénico nada mais é do que uma derivante aperfeiçoada das câmaras sepulcrais Mesolíticas - Neolíticas , vulgarmente designadas por Antas ou Dólmenes , originada das rudimentares dos ibérios ( Konii ) que tiveram sua presença nessas áreas terrestres em época anterior.

A ESCRITA DE TEMPOS REMOTOS


Não há duvida que existira uma escrita em tempos remotos, da qual temos elementos bem fundamentados como prova dessa escrita, quer em grutas, como em objectos diversos, desde ossos de rena, tabulas de barro, tabulas de bronze, lápidas de pedra, etc. Ora essa escrita fora utilizada pelos povos ocidentais ibéricos, que nesse tempo estariam divididos em Clãs (famílias) numa época pré-histórica, e nesse tempo tão remoto já existia uma língua da qual o português e castelhano são os seus descendentes linguisticos, assim como o galego e outras línguas congéneres ibéricas, mas todas elas de uma raiz comum, que ainda hoje em dia se mantém nas mesmas. Outras línguas europeias da Ásia Menor e Maior também têm por base a mesma raiz isso não há duvida, e do mesmo modo sabemos que existira uma escrita comum desde a época mais primitiva da humanidade ocidental europeia, a qual chegara à Ásia, e seus caracteres podemos encontra-los até nas escritas do Brama da Índia, e algumas dessas letras ainda mantêm os mesmos nomes e valores fonéticos ibéricos.

p>As escritas pictográfricas, hieroglíficas, cuneiformes, glifos, lineares A, e B, assim como outras escritas do género, são escritas locais das áreas das mesmas, e tais escritas não pertencem ao ramo mundial das escritas da Europa Ocidental, que expandiram-se para o Oriente, pela via da Europa e África do Norte através Aegyptus, e são denominadas de shemitas, uma forma errada de dizer, como se elas tivessem tido sua origem na Ásia Menor .

Autor do artigo: Carlos Castelo. Epigrafista. Concelho de Lagôa, Algarve (Portugal).